A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, divulgou o roteiro da turnê pela Ásia que acaba de começar, sem mencionar Taiwan entre as escalas.
Nancy Pelosi menciona que a turnê a levará a “Cingapura, Malásia, Coréia do Sul e Japão”, onde ela e sua delegação acompanhante “realizarão reuniões de alto nível para discutir como podemos promover interesses e valores compartilhados, incluindo paz e segurança, crescimento económico e comércio, a pandemia de COVID-19, a crise climática, os direitos humanos e a governação democrática”.
Pelosi viaja acompanhada, entre outros, pelo presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, Gregory Meeks, ou pelo presidente do Comitê de Assuntos de Veteranos da Câmara, Mark Takano.
Tensão aumenta
O anúncio de Pelosi ocorre em meio à tensão causada por ameaças da China sobre a possível visita do alto funcionário dos EUA a um território sobre o qual Pequim historicamente reivindica sua soberania.
As relações entre Pequim e Taipei foram suspensas em 1949, depois que as forças do partido nacionalista chinês Kuomintang, liderados por Chiang Kai Shek, sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista da China e se mudaram para a ilha de Taiwan.
As ligações entre Taiwan e a China continental só foram restabelecidas em nível comercial e informal no final da década de 1980. A China considera Taiwan como sua província rebelde, embora a ilha tenha declarado independência e seja apoiada pelos Estados Unidos e pela União Européia.
escopo histórico
Nesse contexto, a possível visita de Pelosi tem um alcance histórico, pois ela seria a primeira presidente da câmara baixa do Congresso norte-americano a visitar Taiwan desde o republicano Newt Gingrich em 1997.
A China, por sua vez, denuncia qualquer abordagem dos EUA a Taiwan como interferência. A tensão chegou a tal ponto nos últimos dias que o Exército chinês iniciou um exercício militar com tiro real no sábado (30/07/2022) na província de Fujian, bem na costa do Estreito de Taiwan, bem próximo ao território.
Fonte da noticia DW