Um juiz pediu ao diplomata Uwe Herbert Hahn, acusado da morte do marido, para ser colocado na lista de fugitivos da Interpol.
A justiça do Rio de Janeiro, Brasil , ordenou nesta segunda-feira (29.08.2022) que a cônsul alemã acusada de assassinar o marido seja incluída na lista de fugitivos da Interpol, um dia após o diplomata embarcar para a Alemanha .
“O juiz Gustavo Kalil recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e ordenou a prisão preventiva do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, acusado da morte de seu marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot em 5 de agosto”, informou o jornal. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) em nota.
O magistrado “determinou a inclusão do nome do cônsul na lista de fugitivos da Interpol, com base no fato de que o acusado embarcou no domingo para a Alemanha”, acrescentou o tribunal.
Hahn havia sido preso em 6 de agosto, mas um juiz de segunda instância lhe concedeu habeas corpus na semana passada, alegando que o prazo para a acusação apresentar uma queixa havia expirado e ele foi libertado sem entregar seu passaporte.
A promotoria, que nega que o prazo legal tenha expirado, denunciou-o por homicídio na segunda-feira.
De acordo com a investigação, Biot foi assassinado na cobertura onde o casal morava, no bairro nobre de Ipanema.
Biot morreu após “espancamento severo”
O especialista concluiu que Biot morreu após uma “espancada forte”. A acusação alega que Hahn nutriu um “senso de posse” em relação à vítima, a quem “subjugou financeira e psicologicamente”, impedindo-o de desenvolver qualquer grau de independência econômica e amizade com outras pessoas.
Hahn disse às autoridades que seu marido bateu a cabeça após uma queda.
De acordo com a mídia local, Hahn, que era casada com Biot há 20 anos, tentou limpar a cena do crime antes da chegada da polícia, dizendo aos policiais que seu marido estava bebendo muito e tomando pílulas para dormir.
“A Polícia Civil [responsável pelas investigações] está perplexa” com o retorno do cônsul à Alemanha, disse a comissária Camila Lourenço ao jornal O Globo. “Eles poderiam ter determinado uma medida cautelar alternativa à prisão, como a retenção do passaporte, o que dificultaria a fuga”, acrescentou.
jc (afp, O Globo) dw.