A União Europeia e a Índia concordaram nesta segunda-feira em reforçar a cooperação em comércio, tecnologia e segurança para fortalecer sua posição no “difícil contexto global” e diante de uma “rápida evolução geopolítica”, em que a China está se fortalecendo como uma economia poder e a invasão russa da Ucrânia define a agenda global.
“Somos democracias dinâmicas, apoiamos de todo o coração a ordem internacional fundada em regras e ambos temos grandes economias, embora enfrentemos um contexto global difícil”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comentários em Nova Délhi, juntamente com o primeiro-ministro indiano. Narendra modi.
Dessa forma, ambos formalizaram o lançamento do Conselho de Comércio e Tecnologia (TTC), o novo marco de relações nessa área entre as duas regiões.
É o primeiro fórum desta envergadura em que a Índia participa e é o segundo da União Europeia, que criou o primeiro com os Estados Unidos após o alívio de Donald Trump na Casa Branca.
“Este mecanismo de coordenação estratégica permitirá aos dois parceiros enfrentar os desafios relacionados com o comércio, tecnologias seguras e segurança, bem como aprofundar a cooperação entre a UE e a Índia”, estabelece o comunicado conjunto divulgado após a reunião de Von der. Leyen e Modi.
“Ambas as partes concordaram que a rápida evolução do ambiente geopolítico destaca a necessidade de um compromisso estratégico conjunto e profundo”, continua o comunicado, que, no entanto, evita qualquer referência expressa à guerra na Ucrânia, mas aponta para a determinação da UE e A Índia deve “intensificar os esforços conjuntos para enfrentar os desafios atuais e lidar com as circunstâncias geopolíticas”.
De qualquer forma, o Conselho de Comércio e Tecnologia visa fornecer a orientação política e a estrutura necessária para implementar as decisões políticas, coordenar o trabalho técnico e trocar informações no nível político, a fim de garantir a implementação e o acompanhamento em setores importantes para o progresso sustentável das economias europeia e indiana
Aproveitando sua viagem à Índia, Von der Leyen também quis abordar a importância de uma aliança também no combate às mudanças climáticas, questão que as duas regiões enfrentam com a ambição de alcançar a chamada neutralidade climática, ou seja, reduzir ao máximo as emissões de dióxido de carbono (CO2) e garantir que o restante seja absorvido, por exemplo, pela ação das florestas.
Nesta área, Von der Leyen defendeu no domingo o fortalecimento da colaboração com a Índia para diversificar suas fontes de energia sustentável, principalmente através da energia solar, mas também com hidrogênio verde.
Bruxelas, de fato, planeja apresentar uma nova estratégia para impulsionar a energia solar em maio, segundo uma porta-voz da comunidade esta segunda-feira, no âmbito dos esforços da UE para reduzir sua dependência energética da Rússia.