No Papo de Beleza dessa semana, Lore Improta fala sobre bem-estar, autocuidado, maternidade e revela para quando planeja nova gravidez: ‘Queremos um casal’
Lore Improta é um fenômeno nas redes sociais. Com quase 15 milhões de seguidores no Instagram, ela interage todos os dias com o público, compartilha seu dia a dia e grava vídeos dançando, seja sozinha ou ao lado do marido, o cantor Léo Santana.
Com o grande alcance, Lore sabe que precisa ter responsabilidade com quem a acompanha com tanta atenção e frequência. “Me preocupo muito com o tipo de informação que eu publico nas redes sociais, já que diversas pessoas me acompanham”, diz em entrevista a Marie Claire, durante a programação do Hot Now, evento da Sephora que apresenta as grandes novidades de beleza da temporada. A edição 2023 está acontecendo em Mendoza, na Argentina.
Em mais uma conversa do Papo de Beleza, a dançarina e cantora fala sobre bem-estar, autocuidado, saúde e maternidade. Acompanhe na íntegra:
MARIE CLAIRE O que você sentiu que mudou na beleza durante o tempo que você tem trabalhado nessa área?
LORE IMPROTA Eu acho que, agora, existe muito mais diversidade. Nós conseguimos ver belezas que antes não apareciam nas campanhas, nas revistas. E temos visto também as pessoas se sentindo bem para se mostrarem para o mundo da forma como elas são e fazendo o que querem. Seja na forma de se vestir, de se maquiar ou arrumar o cabelo.
MC E como é sua relação pessoal com beleza? Qual seu limite para se preocupar com o visual?
LI A beleza está em um lugar muito importante e, para mim, tem uma relação muito forte com a minha avó. Minha mãe não é tão vaidosa assim e se eu puxasse ela, talvez não fosse tão ligada em estética. Mas minha avó era muito. Então eu me sinto bonita quando estou confortável comigo. Já teve épocas em que eu estava magra e me sentindo lindíssima daquela maneira. Mas estava sendo bombardeada na internet porque as pessoas achavam que eu estava abaixo do peso, na percepção delas. Mas como eu estava me sentindo bem, nem liguei. Da mesma maneira de quando eu estava grávida, eu estava me sentindo muito poderosa também, mesmo com o corpo mudando por conta da gestação. Eu gosto de me cuidar, sou adepta aos procedimentos estéticos, de forma consciente e sabendo que existem limites para aplicá-los. Não é algo extrapolado. Faço porque acho importante prevenir algo que pode me incomodar no futuro. Mas nunca modifiquei meu rosto de forma exagerada. E, querendo ou não, trabalho muito com meu corpo. Então, a questão da musculatura é algo muito importante para mim. Eu vou para a academia todos os dias e, obviamente, treinando eu chego em um resultado que eu gosto de ver no espelho. Além disso, isso me deixa mais forte para poder atravessar a Sapucaí, para estar com a minha filha, para poder dançar. Existe um grande link entre saúde e estética. Não vou ser hipócrita e falar que não gosto de ver o meu corpo da maneira que está hoje, porque eu me sinto feliz com ele assim. Mas ele também carrega saúde, me faz viver bem e isso é importante.
Lore Improta: ‘Gosto de ver o jeito como meu corpo está hoje. Mas ele também carrega saúde, me faz viver bem” — Foto: Reprodução/Instagram
MC O que, no seu corpo, é mais difícil para manter do jeito que você gosta?
LI Depois do parto, a barriga. Porque eu tive flacidez depois da gestação. Com procedimentos, como o bioestimulador de colágeno, consegui melhorar a firmeza da pele. Mas se não tivesse feito, acho que não conseguiria retornar tão fácil, porque o colágeno não é algo que se recupera com treino. Meus seios também caíram por conta da amamentação, mas é algo que eu entendo que faz parte do processo. Sou mãe e quero ter outros filhos. Não é algo que eu vá mudar agora. Até porque tenho prótese, já fiz duas reduções de mama e tirei glândulas mamárias. Isso até me fez pensar, em determinado momento, que eu não iria conseguir amamentar, Mas consegui, durante cinco meses.
MC E para quando você planeja a próxima gravidez?
LI Eu estou planejando o neném para o próximo ano, 2024. A gente quer um casalzinho, então se vier outra menina, vamos tentar outra vez para ver se depois vem um menininho.
MC Você trabalha na internet e expõe a sua vida todos os dias. Alguma situação que aconteceu nas redes sociais já te abalou?
LI Quando você pergunta isso, a primeira coisa que eu lembro foi um episódio com a minha filha. Inclusive, eu tive minha parcela de culpa na situação. Ela tinha acabado de nascer, tinha alguns meses. E eu não sabia lidar com os cachos. Em forma de brincadeira, disse que os fios estavam para cima. Isso atingiu algumas mulheres negras, que vieram me dizer, de forma educada, que o que eu tinha dito não havia sido legal. Me desculpei e foi quando optei por estudar e fazer letramento racial. Então, foi uma situação em que eu não recebi hate, mas me atingiu e me fez mudar.
Lore Improta, Léo Santana e Liz, filha do casal — Foto: Reprodução/Instagram
MC Quando você decidiu estudar letramento racial? Ser mãe de uma menina negra te preocupa?
LI Está sendo muito importante para mim, hoje eu me sinto uma mulher muito mais segura sobre o que vou falar e como vou falar. De trocar ideia mesmo com outras pessoas, porque eu tenho um relacionamento interracial e não falávamos sobre isso em casa. Era um assunto sobre o qual não conversávamos em família, então eu não tinha muitas informações sobre como me posicionar, eu sempre preferia ficar quieta. E hoje, estudando, tenho segurança para falar. Tenho tentado aprender pela minha filha. Porque uma das coisas mais importantes que aprendi é sobre empoderamento. Mostrar o quanto ela é especial, o valor da sua beleza. Isso é muito forte dentro da minha casa. Faço isso desde que ela nasceu. Digo ‘você é linda’, com ela de frente para o espelho. E a consciência racial faz você buscar ter atitudes antirracistas e passar essas informações para outras pessoas. Eu tenho feito alguns conteúdos pontuais nas minhas redes sociais para ajudar quem não têm acesso à informação ou aqueles que ainda não despertaram para esse assunto. Porque eu também não tinha despertado. Eu não julgo. Eu tive que ter uma filha preta para despertar para o racismo. Então a gente tem procurado, dentro das aulas, buscar conteúdos importantes para poder trazer isso para as redes sociais. A aula de letramento racial com a Anita Machado está sendo muito importante em vários quesitos, aprendi sobre apropriação cultural, que era uma coisa que eu não compreendia, racismo recreativo, vamos falar sobre colorismo agora. Tinham vários pontos que eu tinha dúvidas.
MC Quando você começou a se relacionar com o Léo, como você entendia o racismo?
LI Eu via ele de igual para igual. Sei que isso é complicado, mas para mim, na época, não tinha essa questão da cor, da diferença de classe social de onde viemos. Dentro da nossa casa, não era algo que pegava. Para mim, sempre foi como se não existisse. Mas hoje eu sei que pensar assim é ruim porque eu preciso dessas informações, sobre a vida dele e vice-versa. Hoje, enxergo de outra maneira. Mas despertou, de fato, quando eu engravidei. Eu já estava procurando fazer aula, mas sempre protelando. Depois veio o puerpério, tive baby blues, foi uma época difícil. Mas quando surgiu a questão do cabelo foi que eu decidi que não dava mais para adiar. E também porque me preocupo muito com o tipo de informação que eu publico nas redes sociais, já que diversas pessoas me acompanham.
Por Paola Deodoro, redação Marie Claire — Mendoza