Quando o assunto são os sotaques mais marcantes, as respostas da pesquisa realizada pela plataforma online Preply, especializada em aulas particulares, não deixaram dúvidas: reforçando a máxima de que é possível reconhecer um fluminense em qualquer canto do mundo, o jeitinho de falar típico dos residentes do Rio de Janeiro — cuja marca são os s “chiados” e as vogais mais abertas — foi o grande destaque do ranking das pronúncias inconfundíveis, após uma disputa acirrada com os baianos e mineiros.
Na lista, liderada por este que já foi eleito o “sotaque oficial” do Brasil duas vezes, também compõem o pódio das variações regionais mais notáveis a dos gaúchos e a dos paulistas, ambas bastante peculiares em relação aos outros estados.
Isso porque, enquanto no Rio Grande do Sul são comuns as ênfases nas últimas vogais das palavras (geralmente acompanhadas do pronome “tu” em vez de “você”), o grande diferencial dos paulistas está na pronúncia “puxada” da letra R (“porrrta”, por exemplo)… pelo visto, marcas também indisfarçáveis na visão dos respondentes.
Café quentinho, fogão a lenha, viola sertaneja… e, agora, mais um item para a lista de elementos característicos de Minas Gerais: o sotaque mais charmoso do Brasil. Ao que revelaram os entrevistados, a maneira de pronunciar as palavras no estado é, de longe, a mais sexy, ganhando dos pernambucanos e catarinenses. Nem mesmo os baianos, cuja pontuação chegou a alçá-los à segunda posição, foi capaz de abalar o sucesso nacional dos residentes da terra do pão de queijo.
Mas, afinal, o que faz desse sotaque algo tão charmoso? A resposta, não apresentada pelos participantes do levantamento, pode estar associada à maneira “cantada” como os mineiros costumam conversar, assim como a mania constante de recorrer aos diminutivos (por lá, “perto” se torna “pertim” e “café”, “cafezim”), atributos que tendem a ser vistos como simpáticos e carinhosos por quem os ouve pela primeira vez.
Algo parecido também deve acontecer com os baianos, donos do segundo lugar no ranking dos sotaques sexys e cujas características compartilham com os mineiros a melodia e ritmo marcantes, sem contar a atenção especial às vogais. Não à toa, ambos, ao lado do modo de se expressar dos cearenses — também conhecidos pelo “falar cantando” —, encabeçaram o pódio não somente dos mais atraentes, mas das variações mais cativantes do português brasileiro.
Se os brasileiros tivessem a possibilidade de mudar seu próprio jeito de falar, que outro sotaque escolheriam ter? Ao serem questionados, os envolvidos no estudo declararam que a opção mais desejada seria a maneira de conversar do Rio de Janeiro, com direito a todos os seus “mermão” e “caraca, brother!”.
A preferência pelo sotaque mineiro foi quem apareceu logo em seguida, ao lado do desejo de se expressar como os gaúchos. Nem só eles, aliás: provando que os gostos não se concentram em determinadas regiões, boa parte dos brasileiros também mencionaram não dispensar a oportunidade de experimentar o falar baiano e o catarinense.