O presidente da França, Emmanuel Macron, abandonou a antiga postura de Paris contra a expansão da Aliança Atlântica e agora está tentando “acelerar a expansão tanto da OTAN quanto da União Europeia em direção ao leste, abrindo caminho para a adesão da Ucrânia”, relatou a Bloomberg no último sábado.
Enquanto os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte se preparam para se reunir em Vilnius na próxima semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, está tentando recuperar o tempo perdido, escreve o veículo citando declarações do presidente francês em uma conferência em Bratislava (Eslováquia) em 31 de maio. “A questão não é se devemos expandir ou não, nem mesmo quando devemos fazê-lo – para mim, o mais rápido possível – mas sim como devemos fazer isso”, afirmou Macron na ocasião.
Macron também instou a Europa a fornecer garantias bilaterais de segurança para a Ucrânia na cúpula da OTAN, a fim de oferecer proteção ao país antes que ele possa garantir sua entrada na organização. Isso poderia seguir o modelo do apoio dos EUA a Israel, segundo o WSJ.
Além disso, as fontes afirmam que Macron combinou sua retórica pública com pressões nos bastidores para permitir que a Ucrânia inicie o processo de adesão à União Europeia.
Entre outras coisas, uma fonte familiarizada com a posição do governo francês indicou que a equipe do presidente está discutindo a possibilidade de abrir a questão de como as armas nucleares francesas podem ajudar a proteger o restante do continente e estudar se isso poderia contribuir para as garantias de segurança da Ucrânia.
Nesse contexto, um diplomata francês indicou que o presidente entendeu que “precisa estar do lado certo da história”, mas ainda tem trabalho a fazer nesse sentido.
Alguns funcionários foram surpreendidos pela mudança de opinião de Macron, mas alguns se mostraram céticos. Um alto funcionário europeu até mesmo classificou as declarações como “conversa fiada”.
No entanto, outros insistem que a mudança na postura é significativa, já que, ao apoiar duas das maiores demandas do leste europeu – uma coordenação mais estreita com a OTAN e uma rota clara para a adesão da Ucrânia – Macron está mudando o cálculo dentro da União Europeia no momento em que seu centro de gravidade político se desloca para o leste.
Rym Momtaz, pesquisadora do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, considera que o presidente francês “compreende a gravidade do momento histórico enfrentado pela OTAN e deseja desempenhar um papel central e construtivo”. “Agora ele precisa dar sinais concretos dessa mudança em sua postura pública”, acrescentou.
Por sua vez, a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, afirmou em entrevista à RFI publicada no último domingo que seu país aumentará o apoio militar à Ucrânia. “Estão sendo preparadas novas remessas de ajuda militar, levando em consideração as necessidades urgentes expressadas pela Ucrânia”, afirmou.