Ex-funcionários da GDK Engenharia, uma antiga gigante do setor no Brasil, realizaram manifestações em frente ao Fórum Ruy Barbosa e à sede do Ministério Público Estadual (MP) em Salvador, nesta segunda-feira. Os protestos foram motivados pela demora no processamento do pedido de recuperação judicial da empresa, que já se arrasta há 10 anos, e pela espera pelo pagamento de direitos trabalhistas.
De acordo com documentos públicos, a dívida da GDK com ex-funcionários em todo o país é de R$ 36,4 milhões. A Bahia representa quase metade desse valor, com R$ 17 milhões devidos, conforme informado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção e da Madeira do estado (Sintracom).
Os anos de espera pelo pagamento incluem desentendimentos, crises políticas e econômicas, adiamento de assembleias, objeções e acusações de que a GDK está prolongando o processo. A empresa tem uma lista diversificada de credores, que vai desde banqueiros bilionários até ex-encanadores que sofrem com inundações em suas casas quando chove. A dívida total chega a R$ 333,5 milhões.
Raileucio Oliveira, diretor de Aposentadoria do Sintracom, passou 17 anos na GDK e já se tornou frequente sua presença no Fórum Ruy Barbosa. Desta vez, houve diálogos com o juiz Benício Mascarenhas, responsável pelo caso na 2ª Vara Empresarial, e com a Promotoria de Justiça do MP que atua na vara de Registros Públicos.
“A nossa intenção foi pressionar o Ministério Público e o Judiciário para decretar a falência da GDK, porque a auxiliar do administrador de Justiça entrou em contato com a empresa e seu corpo jurídico, e eles alegaram que só nos pagariam se vendessem o terreno da Ponta da Laje [terminal em Candeias]”, explicou Raileucio.
O presidente da GDK Engenharia, Cesar Roberto Santos Oliveira, foi procurado para comentar a situação, mas designou o advogado Hernani Sá Neto, representante da empresa, para responder à reportagem. Hernani afirmou que a situação já havia sido explicada em uma entrevista recente ao jornal CORREIO.
Fonte da informação Jornal Correio