O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou na abertura da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (19). Em seu discurso, Lula cobrou um compromisso internacional para acabar com a desigualdade e defendeu o diálogo para resolver a guerra na Ucrânia.
Lula começou seu discurso prestando condolências às vítimas de catástrofes naturais recentes, como o terremoto no Marrocos, a tempestade na Líbia e o ciclone no Rio Grande do Sul. Ele então falou sobre a crise climática, dizendo que ela é uma ameaça global que precisa ser enfrentada.
“A crise climática é uma ameaça global que precisa ser enfrentada. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimento aos nossos irmãos, sobretudo aos mais pobres”, declarou Lula.
Lula também falou sobre a desigualdade, dizendo que é um problema moral e econômico que precisa ser resolvido.
“Os dez maiores bilionários possuem mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade. O destino de cada criança que nasce neste planeta parece traçado ainda no ventre de sua mãe. A parte do mundo em que vivem seus pais e a classe social à qual pertence sua família irão determinar se essa criança terá ou não oportunidades ao longo da vida. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo”, afirmou.
O presidente brasileiro defendeu o multilateralismo e criticou a distribuição de empréstimos pelo FMI.
“O princípio sobre o qual se assenta o multilateralismo – o da igualdade soberana entre as nações – vem sendo corroído. Nas principais instâncias da governança global, negociações em que todos os países têm voz e voto perderam fôlego. Quando as instituições reproduzem as desigualdades, elas fazem parte do problema e não da solução”, disse.
Lula também falou sobre a guerra na Ucrânia, pedindo diálogo e uma reformulação do Conselho de Segurança da ONU.
“A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações. Estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade. A ONU nasceu para ser a casa do entendimento e do diálogo”, afirmou.
O discurso de Lula foi bem recebido pela maioria dos líderes mundiais. No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não aplaudiu o discurso.