No início de outubro, dois eventos históricos merecem nossa reflexão, separados pelo tempo e pelas consequências. O primeiro ocorreu em 1º de outubro de 1949, quando Mao Tse Tung liderou o povo chinês na conquista da independência, encerrando séculos de domínio estrangeiro e humilhação. O segundo aconteceu em 3 de outubro de 1953, com a fundação da Petrobrás, a empresa brasileira de petróleo, que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento tecnológico, econômico e social do Brasil nas décadas seguintes.
A China, com sua vasta área geográfica e população de 1 bilhão e 411 milhões de habitantes em 2022, é uma das civilizações mais antigas do mundo. Suas contribuições para a humanidade incluem a invenção da impressão, a pólvora, a seda e a exploração oceânica.
A China é uma nação multicultural, abrigando 56 grupos étnicos, com a maioria sendo da etnia Han. Politicamente, o país está dividido em 22 províncias, cinco regiões autônomas, quatro cidades diretamente controladas pelo governo central e duas regiões administrativas especiais.
Um aspecto notável da China é sua característica quase totalmente ateísta, enraizada na cultura anterior à Era Cristã. Grandes pensadores não teístas, como Lao Tse, Confúcio e Mêncio, moldaram o pensamento chinês. A maioria dos chineses declara não seguir nenhuma religião organizada.
A Revolução Chinesa transformou profundamente o país em 74 anos, tornando-o uma das maiores potências do mundo. No entanto, essa evolução teve raízes nas lutas do povo chinês contra invasores estrangeiros e interesses colonizadores internos. O Partido Comunista Chinês foi visto como o ideal nacionalista que liderou essas lutas.
A China passou por várias fases, desde o Movimento das Cem Flores até a Revolução Cultural e as Quatro Modernizações. Durante essas décadas de desafios, o povo chinês começou a participar ativamente das decisões sobre seus problemas, promovendo a conscientização e o conhecimento sobre as soluções.
No cenário internacional, a China enfrentou desafios do capitalismo financeiro, como as “crises do petróleo”. No entanto, a determinação de continuar no caminho do desenvolvimento e da democracia popular prevaleceu.
A China teve uma série de líderes desde a invasão neoliberal nos anos 1970. Atualmente, o Presidente Xi Jin Ping lidera o país, com uma visão de construir uma sociedade moderadamente próspera e acelerar a modernização socialista.
A Petrobrás, por outro lado, surgiu com a organização do Estado Nacional Brasileiro após a Revolução de 1930. Em três décadas, transformou o Brasil de importador de derivados de petróleo em um país quase autossuficiente na produção de petróleo cru e derivados.
A empresa também desempenhou um papel fundamental na educação e formação de técnicos e profissionais no Brasil, reduzindo o analfabetismo e investindo em educação nas regiões onde atuava. Além disso, foi pioneira na exploração da plataforma continental brasileira.
No entanto, a partir do governo de Fernando Henrique Cardoso, a Petrobrás começou a ser reorganizada como uma “empresa de negócios” em vez de uma empresa de petróleo. Isso incluiu a extinção do monopólio estatal e a abertura para participação de empresas estrangeiras.
Hoje, a Petrobrás está em um estado de transformação, com a alienação de sua distribuidora e a redução de sua participação na industrialização e exploração de petróleo. As preocupações com o meio ambiente e a pressão das finanças internacionais estão moldando seu curso.
Em vez de investir em novas tecnologias, como a fusão nuclear, a Petrobrás está voltando-se para fontes de energia mais antigas, como a energia eólica e solar. Essa abordagem pode não estar alinhada com a verdadeira transição energética para o futuro.
Além disso, a tendência de precarização do trabalho e a erosão dos direitos trabalhistas estão preocupando, enquanto o Brasil enfrenta desafios como o aumento da desigualdade e a ameaça à previdência social.
Em suma, tanto a China quanto a Petrobrás têm trajetórias fascinantes e desafios complexos em seus respectivos caminhos. Ambos têm a capacidade de moldar seu futuro, e o mundo observa atentamente essas transformações.