Uma professora da rede pública estadual de São Paulo, Flávia Bischain, confrontou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante uma visita à Brasilândia, zona norte da capital, em fevereiro de 2025. Na ocasião, ela criticou as políticas educacionais do governo, destacando cortes de verbas, fechamento de salas de aula e o leilão de escolas públicas. Flávia afirmou que essas ações têm prejudicado alunos e professores, resultando em desemprego e falta de vagas nas escolas. O vídeo do confronto circulou amplamente nas redes sociais.
A crítica da professora reflete uma oposição mais ampla às políticas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) implementadas pelo governo estadual. Em outubro e novembro de 2024, o governo realizou leilões para conceder à iniciativa privada a construção e manutenção de 33 escolas estaduais por 25 anos. Essas concessões incluem serviços como segurança, limpeza, alimentação e infraestrutura, enquanto a parte pedagógica permanece sob responsabilidade do Estado.
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) moveu uma ação judicial contra essas concessões, argumentando que o modelo compromete a gestão democrática da educação. Em outubro de 2024, a Justiça de São Paulo suspendeu o processo de privatização, reconhecendo que a separação entre gestão física e pedagógica das escolas é inadequada e pode comprometer a qualidade do ensino público.
Além disso, a deputada estadual Professora Bebel (PT), ex-presidente da Apeoesp, comemorou a decisão judicial como uma vitória da luta contra a privatização das escolas estaduais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se posicionou contra a privatização das escolas em São Paulo, negando parecer favorável à proposta do governo estadual.
Essas ações refletem uma resistência significativa de educadores, sindicatos e parte da sociedade civil às políticas de privatização na educação pública paulista.