Em um cenário político argentino tenso, a palavra “balotaje”, que equivale ao “segundo turno” como é dito no Brasil, se tornou uma questão central nas eleições presidenciais. Este artigo abordará quantos balotajes (segundos turnos) ocorreram no país, o que exatamente é o balotaje (segundo turno) e quando ele é aplicado na Argentina em um possível cenário nos próximos dias.
- O Balotaje: Uma Segunda Oportunidade
O termo “balotaje” é o equivalente ao “segundo turno” nas eleições argentinas e se tornou familiar na política argentina nos últimos anos. Refere-se a uma segunda rodada eleitoral que ocorre quando nenhum dos candidatos presidenciais atinge a porcentagem estabelecida pela Constituição Nacional na primeira rodada.
De acordo com os artigos 97 e 98 da Constituição, um candidato precisa obter 45% dos votos afirmativos ou, na falta disso, 40% dos votos com uma diferença percentual superior a 10 pontos em relação ao principal opositor para vencer diretamente na primeira rodada.
- Antecedentes
Um dos eventos eleitorais mais lembrados que teve um claro cenário de balotaje (segundo turno) ocorreu em 27 de abril de 2003, quando a Aliança Frente por la Lealtad, liderada por Carlos Menem e Juan Carlos Romero, obteve 24,45% dos votos, enquanto a Aliança Frente para la Victoria, liderada por Néstor Kirchner e Daniel Scioli, alcançou 22,24%.
De acordo com a Constituição, esse resultado teria exigido uma segunda rodada em 18 de maio de 2003. No entanto, antes da data prevista para o balotaje (segundo turno), Carlos Menem decidiu retirar sua candidatura, antecipando um forte voto de castigo. Isso levou a que Néstor Kirchner fosse proclamado presidente sem a necessidade de um segundo turno.
Outro antecedente lembrado é o embate entre Daniel Scioli e Mauricio Macri, que praticamente empataram nas eleições presidenciais de 2015. A disputa ocorreu em 22 de novembro, com Macri como vencedor.
- O Cenário Atual: Um Balotaje (Segundo Turno) no Horizonte
À medida que as eleições gerais se aproximam neste domingo, e em um cenário político de disputa entre três principais candidatos, o balotaje (segundo turno) é uma possibilidade, já que nenhum candidato atende aos requisitos mencionados. Nesse caso, será necessário, após um mês, voltar às urnas entre os dois candidatos com mais votos.
Esse mecanismo democrático é fundamental no sistema eleitoral argentino e terá a oportunidade de mostrar sua relevância novamente, oferecendo aos cidadãos uma segunda chance de tomar uma decisão crucial sobre o futuro do país.