Três integrantes bolsonaristas condenadas por invadir o Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 buscam refúgio no Uruguai, alegando terem sido vítimas de abusos e maus tratos durante o período de prisão. Alethea Verusca Soares e Rosana Maciel Gomes já foram condenadas, enquanto Jupira Silvana da Cruz Rodrigues aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Hélio Junior, que representa as manifestantes, afirmou em comunicado: “Estamos ajuizando uma representação nos Tribunais Internacionais quanto às prisões abusivas e maus tratos sofridos dentro do estabelecimento prisional no período que estavam presas injustamente.”
As três bolsonaristas, após invadirem o Palácio do Planalto e depredarem a sede do Poder Executivo em janeiro de 2023, buscaram o consulado uruguaio em Santana do Livramento (RS) em 16 de janeiro. Soares foi condenada a 16 anos e seis meses de prisão, Gomes a 13 anos e seis meses, enquanto Rodrigues aguarda seu julgamento.
De acordo com o advogado, as condenadas deixaram o Uruguai, alegando terem sido “condenadas sem provas” e buscando legalização em outro país. Ele denunciou que as manifestantes foram “torturadas física e psicologicamente na Colmeia,” a penitenciária feminina do Distrito Federal.
O processo de refúgio tramita em sigilo, e os passaportes das condenadas foram retidos por ordem do Supremo Tribunal Federal. A embaixada uruguaia no Brasil se pronunciou afirmando que não pode fornecer informações sobre procedimentos de refúgio devido ao sigilo.
Além disso, há indícios de que aproximadamente 84 pessoas envolvidas nos eventos de 8 de janeiro também estejam considerando solicitar refúgio no Uruguai. O desdobramento desse caso promete levantar debates sobre direitos humanos, alegações de abusos e o processo de refúgio no cenário internacional.