Um ciclone extratropical que atingiu a região sul do Brasil desde segunda-feira deixou ao menos 22 mortos, segundo informações oficiais divulgadas nesta terça-feira.
O Rio Grande do Sul, que faz fronteira com Argentina e Uruguai, é o estado mais atingido pelo ciclone, com um balanço preliminar de 21 mortes e cerca de 4.000 pessoas desabrigadas.
Esta é a pior tragédia causada por um evento climático extremo no Rio Grande do Sul, onde até então era pouco comum a ocorrência de ciclones extratropicais. A outra vítima fatal foi registrada no estado vizinho de Santa Catarina, onde um homem morreu quando uma árvore caiu sobre o veículo em que ele estava.
Cerca de 60 municípios do Rio Grande do Sul foram afetados por danos causados pelas fortes rajadas de vento e pelo grande volume de chuvas, que isolou comunidades inteiras devido a inundações e cheias de rios.
De acordo com a Defesa Civil, 15 dos 21 mortos notificados no Rio Grande do Sul ocorreram em Muçum, onde as chuvas inundaram boa parte do município e muitas pessoas foram obrigadas a se refugiar nos telhados de suas casas.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou que o número de mortos pode aumentar nas próximas horas, já que apenas nesta terça-feira o nível da água começou a baixar, possibilitando a inspeção dos serviços de resgate nas áreas mais afetadas.
“Quando a água baixar, veremos os danos” em toda a sua magnitude, afirmou o governador, que também expressou preocupação com as previsões meteorológicas, que antecipam mais chuvas para o próximo fim de semana.
O governador também ressaltou que a prioridade agora é “resgatar” as famílias que ficaram incomunicadas, para o qual estão envolvidos centenas de agentes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, das Forças Armadas e de grupos de voluntários.
Este é o quarto ciclone extratropical que atinge o Rio Grande do Sul desde junho passado.
Em junho, a passagem de outro ciclone causou a morte de 16 pessoas e cerca de 15.000 desabrigados. Em julho, o fenômeno se repetiu, deixando um morto, cerca de 20 feridos e cerca de um milhão de pessoas sem energia elétrica. Em agosto, um terceiro ciclone passou pela região sem causar grandes danos.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou sua solidariedade às famílias afetadas e prometeu “fazer tudo o que for possível para ajudar a população” a superar este momento.
Além dos mortos, o ciclone extratropical também causou importantes danos materiais na região sul do Brasil.
No Rio Grande do Sul, as inundações destruíram casas, estradas e pontes. Em algumas áreas, a água chegou a dois metros de altura.
As autoridades também registraram cortes de energia elétrica e linhas telefônicas em vários municípios.
O governo brasileiro declarou estado de emergência nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para facilitar o atendimento às áreas afetadas.
As autoridades meteorológicas alertam que as condições climáticas adversas podem continuar na região nas próximas horas.
Mais chuvas e ventos fortes são esperados, o que pode causar novas inundações e deslizamentos de terra.
As autoridades pedem à população que evite deslocamentos desnecessários e que siga as recomendações dos serviços de emergência.