Em meio a uma situação financeira turbulenta na Argentina, o economista Carlos Rodríguez, assessor do candidato presidencial da La Libertad Avanza, Javier Milei, apontou as Letras de Liquidez (Leliq) emitidas pelo Banco Central como a principal causa do recente salto cambial e desequilíbrio financeiro no país.
Rodríguez criticou a estratégia do Banco Central de manter uma taxa efetiva anual das Leliqs em 209%, juntamente com a promessa de manter o dólar estável por vários meses. Essa combinação criou um ambiente propício para o carry trade, onde os investidores podem obter enormes lucros em dólares. Segundo Rodríguez, essa abordagem gerou um “efeito porta doze”, onde os participantes buscam desesperadamente sair dos pesos para obter lucros em dólares.
O economista também sugeriu de forma irônica que a chave para evitar a crise financeira é antecipar o início de uma corrida cambial e sair antes que ela ocorra, embora reconheça que prever esse momento seja imprevisível.
Além disso, Rodríguez destacou que a política de déficit, emissão de dinheiro e as taxas de juros implementadas pelo Ministro da Economia, Sergio Massa, também contribuíram para o problema cambial.
As Leliqs são títulos de dívida emitidos pelo Banco Central com o objetivo de absorver o excesso de pesos na economia e controlar a inflação. No entanto, o crescimento desses passivos aumentou as expectativas de inflação e desvalorização, levando a uma fuga de capitais em direção ao dólar.
Em resumo, a crítica de Carlos Rodríguez está centrada na emissão excessiva de dinheiro e nas altas taxas de juros das Leliqs como fatores-chave na atual crise financeira na Argentina.