“Seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil”, disse Jair Bolsonaro em seu primeiro discurso. Lula respondeu dizendo que o atual presidente “está destruindo” o país.
O presidente Jair Bolsonaro e o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocaram acusações frente a frente neste domingo (28.08.2022), no início do primeiro debate televisivo rumo às eleições de outubro, as mais polarizadas em décadas.
É a primeira vez que os dois arquirrivais, figuras centrais da história recente do Brasil , se encontram frente a frente. “Seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil”, lançou o ultradireitista Bolsonaro, 67 anos, em seu primeiro discurso, dirigido ao líder da esquerda, favorito nas pesquisas. Lula, de 76 anos, respondeu defendendo os avanços sociais de seu governo (2003-2010) e dizendo que o atual presidente “está destruindo” o país.
Ambos os candidatos, vestidos de terno escuro, camisa branca e gravata, acusavam-se mutuamente de mentira, mas a tensão era especialmente palpável na sala contígua, onde jornalistas e políticos acompanhavam o debate em uma tela. Houve um início de tumulto durante uma discussão entre o deputado André Janones, aliado de Lula, e o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro Ricardo Salles, que estavam prestes a se agredir.
Organizado por um grupo da mídia brasileira, que inclui Rede Bandeirantes , UOL e o jornal Folha de S. Paulo , o debate é o primeiro do calendário de campanha com vistas às eleições de 2 de outubro.
Na primeira parte do debate, que terá duração total de três horas, Lula focou seu discurso na defesa do meio ambiente e da Amazônia, enquanto Bolsonaro foi criticado pelos demais candidatos pelo aumento do desmatamento durante seu mandato, o avanço da inflação e fome.
Assim como Lula, Bolsonaro esperou até o último momento para confirmar sua participação. Inicialmente, os organizadores informaram que Lula e Bolsonaro seriam colocados lado a lado por sorteio, mas isso foi alterado na última hora. Ao ser questionado por jornalistas, antes do debate, sobre o motivo da mudança, Bolsonaro disse que não teve problemas em aparecer ao seu lado, mas que “não apertaria a mão de ladrão”, aludindo aos escândalos de corrupção que pontilharam o mandatos de Lula.
Além de Lula e Bolsonaro, o encontro reúne outros quatro candidatos: o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT, centro-esquerda), terceiro nas pesquisas (7%); a senadora Simone Tebet (MDB, ao centro) em quarto lugar; Senadora Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D’Avila, ambos abaixo de 1% das intenções de voto. Por razões de segurança, não há espectadores no estúdio.
ama (afp, efe, uol)