Nesta quarta-feira, o governo brasileiro emitiu um comunicado esclarecendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não interferiu no processo de concessão de um empréstimo pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) à Argentina.
A declaração do governo veio como resposta a uma versão divulgada pelo jornal de oposição de direita O Estado de São Paulo, que alegou que o presidente Lula teria pressionado o banco para favorecer a Argentina, visando obter um empréstimo de 1 bilhão de dólares destinado ao pagamento de obrigações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O comunicado enfatizou que a decisão sobre o empréstimo da CAF à Argentina foi aprovada pelo conselho de administração do banco, composto por países membros, em uma votação que contou com 19 votos a favor e 21 votos contra. O Brasil possui apenas um voto nesse conselho, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) têm dois votos cada.
O governo brasileiro também esclareceu que o presidente Lula não teve envolvimento na decisão do empréstimo e que não discutiu o assunto com a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Além disso, o comunicado citou um pronunciamento da própria CAF, que indicou que a operação foi analisada em uma reunião virtual extraordinária, na qual os membros discutiram a necessidade de a América Latina e o Caribe, por meio da instituição financeira, responderem de forma eficaz e solidária às necessidades de um país acionista.
Essa situação política também gerou reações na Argentina, com o candidato presidencial da La Libertad Avanza (LLA), Javier Milei, chamando Lula de parte da “casta vermelha” nas redes sociais e afirmando que a liberdade está avançando.
Esse esclarecimento busca dissipar as especulações e polêmicas em torno do empréstimo à Argentina e da possível influência de líderes políticos externos.