As últimas pesquisas colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente em 18 pontos percentuais, sobre o presidente Jair Bolsonaro.
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva mantém ampla vantagem (18 pontos) sobre o atual presidente Jair Bolsonaro a quase dois meses da eleição, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (28.07.2022).
O líder de esquerda de 76 anos reúne 47% da intenção de votar nas eleições presidenciais de 2 de outubro, ante 29% para o presidente de extrema-direita, segundo os resultados da consultoria Datafolha.
Na pesquisa anterior, divulgada em 23 de junho, Lula também havia obtido 47% contra 28% de Bolsonaro.
Bolsonaro, de 67 anos, ganhou três pontos entre os mais pobres (54% ainda apoiam Lula, 23% Bolsonaro) e seis pontos entre as mulheres (46% a favor de Lula e 27% de Bolsonaro), mas perdeu seis pontos. entre os eleitores mais ricos ( 33% preferem Lula, 41% Bolsonaro).
O presidente ainda parece não se beneficiar totalmente da assistência social anunciada por seu governo neste mês, como o aumento de 400 para 600 reais por mês do programa Auxilio Brasil, o antigo Bolsa Família criado por Lula, ou o repasse de 1.000 reais por mês (185 dólares) para caminhoneiros, entre outros.
Duas semanas após o início oficial das campanhas, os números continuam mostrando uma eleição polarizada entre Lula e Bolsonaro, longe dos representantes de outras forças.
Estratégia de Bolsonaro
Seguem-se o centro-esquerda Ciro Gomes, com 8 por cento dos apoios, à distância de um terceiro pelotão liderado pela senadora Simone Tebet (2%), representante de uma “terceira via” que não conseguiu descolar.
“Há uma consolidação, os eleitores de Lula e Bolsonaro estão bastante convencidos do seu voto”, disse o analista político Adriano Laureno, da consultoria Prospectiva.
Laureno sustenta que quando a população mais pobre começa a receber o aumento de suas transferências (a partir de agosto) e “essa renda realmente entra na economia, isso gera um efeito assistencialista, aumenta o consumo, o emprego” e isso “pode ajudar a reduzir a vantagem de Lula”.
Mas ele estima que essas políticas não produzirão “o impacto que Bolsonaro precisa” a tempo de vencer a eleição. E isso pode fortalecer ainda mais a estratégia de “conflito institucional” promovida pelo presidente, diz.
Nos últimos dias, Bolsonaro lançou oficialmente sua candidatura à reeleição com ataques ao Supremo Tribunal Federal e à justiça eleitoral, e diante de embaixadores estrangeiros questionou mais uma vez a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do Brasil.
Membros da oposição e alguns analistas acreditam que essa posição faz parte de uma estratégia de Bolsonaro para evitar admitir uma possível derrota e afetar o processo eleitoral.
O Datafolha entrevistou 2.556 pessoas pessoalmente entre 27 e 28 de julho em 183 cidades brasileiras e seus resultados incluem uma margem de erro de +/- 2 pontos.