Em uma corrida contra o tempo e enfrentando diversos obstáculos, o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conseguiu alcançar êxito graças a uma série de mutirões realizados em parceria com ministérios e organizações. A contagem da população do país foi ameaçada pela falta de acesso a áreas remotas, resistência de alguns cidadãos e a disseminação de notícias falsas.
Os mutirões foram essenciais para incluir cerca de 15,9 milhões de brasileiros no censo, abrangendo grupos específicos como os indígenas da Terra Indígena Yanomami, moradores de favelas e residentes em condomínios de luxo. A operação na Terra Yanomami, que contou com a coordenação de cinco ministérios e envolveu até mesmo o uso de helicópteros, conseguiu recensear 100% da população indígena no território, algo inédito em sua história.
Nas favelas, a dificuldade de acesso e a desinformação foram enfrentadas por meio de uma campanha de conscientização liderada pelo IBGE em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa). Lideranças locais e moradores foram recrutados como recenseadores, facilitando o contato com a comunidade e garantindo respostas sinceras e objetivas. A mobilização resultou em mutirões de respostas realizados em eventos comunitários e contribuiu para a conscientização sobre a importância do censo.
Os condomínios de luxo também representaram um desafio, com uma taxa de não resposta elevada. No entanto, o Ministério do Planejamento e o IBGE lançaram uma campanha nas redes sociais, sensibilizando porteiros e esclarecendo que os síndicos não tinham o poder de proibir a entrada dos recenseadores. Reportagens televisivas locais também abordaram o tema, alcançando sucesso ao reduzir a taxa de não resposta para menos de 5% em condomínios de alta renda.
Com todos esses esforços conjuntos, o Censo 2022 será capaz de fornecer informações atualizadas essenciais para a formulação de políticas públicas e o atendimento das demandas da população. Agora, o Brasil poderá conhecer quem somos, quantos somos e como somos hoje, em contraste com os dados de 13 anos atrás, provenientes do Censo de 2010.