A deputada Olívia Santana, do PCdoB, destaca a importância de o presidente Lula assumir uma posição de liderança global contra o racismo, articulando uma agenda nacional para a promoção da igualdade em todas as áreas. A luta antirracista tem ganhado força no Brasil, com maior conscientização e ações legais contra práticas discriminatórias. As redes sociais se tornaram um espaço crucial para denunciar crimes de injúria racial, embora também sejam um terreno para discursos de ódio, reforçando a necessidade de regulamentação e responsabilização das plataformas.
O racismo estrutural permanece um dos maiores desafios no Brasil, afetando sistematicamente a população negra com violências simbólicas e físicas, como o recente caso de um homem negro morto pela polícia em São Paulo. Dados revelam que negros são desproporcionalmente alvos de violência e exclusão social. Apesar de avanços, como a criação do Estatuto da Igualdade Racial e políticas de cotas, a desigualdade racial persiste profundamente enraizada na estrutura socioeconômica e política.
O racismo, que permeia todos os níveis da sociedade, não é explicitamente respaldado por leis como no apartheid sul-africano, mas é evidente em práticas institucionais e nos números: 75,2% dos mais pobres são negros, enquanto 70,6% dos mais ricos são brancos. No Judiciário, 80% dos juízes são brancos, e o Congresso enfrenta problemas de falsa autodeclaração racial para obtenção de benefícios eleitorais.
A luta antirracista exige políticas públicas efetivas, fiscalização rigorosa e uma reeducação social para combater preconceitos e desigualdades. Ela também demanda o reconhecimento da identidade negra como parte essencial da transformação da sociedade brasileira, promovendo a valorização cultural e o enfrentamento das estruturas que sustentam o racismo.