Na atual paisagem política, a economia já não detém o monopólio das preocupações eleitorais. Em um movimento que reflete tanto os Estados Unidos quanto o Brasil, a polarização política está eclipsando as questões econômicas tradicionais.
No cenário norte-americano, o presidente Joe Biden ostenta números positivos: um crescimento do PIB de 2,5% e uma taxa de desemprego de apenas 3,7%. No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva celebra um crescimento do PIB de 3% em 2023, além de uma redução histórica na taxa de desemprego e uma inflação controlada.
Entretanto, mesmo com esses indicadores favoráveis, a aprovação do governo Lula caiu para 33%, segundo pesquisa do Ipec. Especula-se que a falta de ênfase na comunicação dos feitos econômicos possa ser um fator contribuinte para essa queda. Lula parece mais engajado em questões de política externa do que em promover os avanços econômicos de seu governo.
Essa mudança de foco não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, empresários estão mais propensos a torcer pelos erros do governo, especialmente quando estão na oposição, demonstrando que a polarização política supera até mesmo os interesses econômicos.
A polarização política se tornou tão intensa que a população parece priorizar fatos que beneficiem seu lado político e desacreditem o adversário. No entanto, é a maioria silenciosa que, como sempre, decide os pleitos eleitorais. Torna-se, então, crucial para governos e oposições comunicar-se efetivamente não apenas com seus seguidores, mas com essa maioria indecisa.
Assim, tanto governos quanto oposições precisam adotar uma abordagem menos radicalizada para atrair eleitores, em vez de apenas satisfazer seus militantes. Em resumo, a economia já não é o único fator determinante, muito menos a radicalização política. O verdadeiro desafio é conquistar a confiança da maioria silenciosa.