O rover chinês Yutu-2, parte da missão Chang’e-4, conseguiu visualizar pela primeira vez o que há até 300 metros por baixo da superfície da Lua em seu lado oculto. A descoberta, anunciada na segunda-feira pela Agência Espacial Nacional Chinesa (CNSA), representa um marco histórico na exploração espacial.
O rover utilizou seu radar de sondagem lunar para captar imagens das profundezas da superfície, ouvindo os ecos do som que rebateram nas estruturas situadas sob esta e ocultas à vista. Antes deste descoberta, em 2020, o rover havia utilizado seu radar de penetração no solo, mas nessa ocasião só pôde ajudar a mapear uns 40 metros superiores.
Os dados coletados pelo radar de Yutu-2 revelaram que os primeiros 40 metros sob a superfície são formados por camadas de poeira, solo e rochas. Oculto dentro desses materiais, os cientistas encontraram um cratera, formado quando um objeto grande se chocou contra a Lua.
A profundidades de entre 40 e 300 metros, o rover detectou múltiplas camadas de lava lunar que se infiltraram há milhares de milhões de anos. Essas descobertas sugerem que a Lua foi muito mais vulcânicamente ativa no passado do que se pensava.
“O espessura dos estratos diminui com a profundidade decrescente, o que sugere uma taxa de efusão de lava progressivamente menor ao longo do tempo”, apontou a equipe de pesquisa da CNSA. “A variação da espessura destes fluxos de lava sugere uma diminuição da escala de erupção com o passar dos anos”.
A descoberta de Yutu-2 lança nova luz sobre a história geológica da Lua. Os cientistas acreditam que os fluxos de lava se formaram a partir de magma que se originou no manto lunar. À medida que o manto se esfriou, a lava se solidificou e formou as camadas que se observam hoje em dia.
O rover Yutu-2 continua explorando a superfície da Lua, e é provável que faça mais descobertas importantes no futuro.