Triunfar ou vencer. Esses são os únicos objetivos que passam na cabeça dos jogadores de Bahia e Vitória. No confronto de amanhã, válido pela Copa do Nordeste, o empate não é cogitado por nenhum dos lados. As situações desesperadoras no torneio regional de ambos os clubes se cruzam em momentos distintos na temporada. O Rubro-Negro vive sua pior fase e pode ser eliminado de todas as competições que disputou no trimestre. Pelo lado Tricolor, o cenário é de esperança por dias melhores depois de golear na Copa do Brasil.
O duelo de domingo levanta os possíveis protagonistas para erguer os clubes no Nordestão. No Bahia, Biel marcou no último jogo, contra o Jacuipense, e chegou a quatro gols na temporada, isolado na artilharia. Com as três assistências para gol que tem no ano, é o jogador do Esquadrão que mais participou diretamente para balançar as redes rivais. Já o Leão conta com Rafinha e Diego Torres como artilheiros da equipe, com três gols cada. Léo Gamalho, a maior referência do ataque, soma seis jogos sem marcar, mas sua experiência pode ser valiosa para jogos de maior porte.
Na área técnica, o Ba-Vi pode ser determinante. Se no primeiro confronto do ano o triunfo no clássico serviu para dar confiança ao elenco de Renato Paiva, dessa vez os efeitos do jogo devem reverberar para os dois lados. Léo Condé, treinador do Vitória, ainda não venceu no comando do time. Uma derrota para o maior rival deixaria o Leão em condições muito difíceis na Copa do Nordeste, que é o único campeonato em que o time ainda está vivo, o que poderia antecipar uma possível demissão, mesmo com rodadas restantes. O português, por sua vez, tem a chance de mostrar que a evolução é real e começar reação na campanha regional.
Proteger e atacar
A meta do Vitória é, acima de tudo, ganhar os três pontos. Para isso, precisará melhorar seu rendimento defensivo, que vem sendo uma debilidade em 2023. Em 17 jogos na temporada, são 24 gols sofridos. Média superior a um gol por jogo. Os números no Nordestão, inclusive, são ainda piores. A equipe levou dez gols em apenas cinco partidas, o que deixa uma média da meta Rubro-Negra vazada duas vezes por duelo. Dalton e Lucas Arcanjo, que disputam a titularidade, não conseguiram se firmar e passar segurança debaixo das traves. o goleiro Thiago Rodrigues, recém-contratado, teve o nome publicado no Boletim Informativo Diário da CBF ontem e já pode estrear no clássico.
O panorama do Esquadrão de Aço é parecido. Com 23 gols sofridos em 15 confrontos no ano, surge a necessidade por uma maior solidez defensiva. Nos últimos dez jogos, o sistema defensivo do Esquadrão foi vazado em oito oportunidades. Não sofreu gols apenas nos confrontos contra o próprio Vitória, pelo Baiano, e Doce Mel, times que não figuram entre os melhores do estadual. Os goleiros do clube registram cinco jogos em sequência sendo vazados. No jogo de amanhã há uma oportunidade dos comandados de Renato Paiva melhorarem o desempenho contra equipes das principais divisões do país. Em embates com equipes das séries A e B, o Tricolor tem apenas um triunfo, no primeiro Ba-Vi do ano. Os jogos contra Sampaio Corrêa, Sport e Fortaleza terminaram em derrotas acachapantes e o pior: sem sequer um gol de honra marcado.
Para reverter essa estatística, Paiva deve apostar em Biel e Jacaré, os dois jogadores que mais contribuíram para gols na atual temporada e que balançaram as redes na última partida contra o Jacupa. No Leão, ainda há neblina. Condé começou com Léo Gamalho contra o Nova Iguaçu, mas sacou o centroavante para a entrada de Tréllez. Gamalho, principal contratação do time para o ano, conhece o caminho das redes contra o Tricolor. Em 2016, quando atuava pelo Goiás, deixou o seu tento em uma derrota do Esmeraldino, em duelo válido pela Série B. No Vitória, tem dois gols desde que chegou. A falta de criação de jogadas da equipe, porém, tem dificultado sua vida, já que sua característica de jogo demanda um volume maior de criação de chances.
O clássico vale a virada de ânimo completa no Bahia, já que pode acender chances de classificação e derrubar as do Vitória e até mesmo seu técnico do cargo. O jogo, para Léo Condé, que jogou quatro partidas na carreira contra o Tricolor e venceu apenas uma, pode custar sua continuidade. Por diferentes motivos, fato é que os dois clubes não podem se dar ao luxo de pensar em outra coisa que não seja vencer ou triunfar em um Ba-Vi com tanta coisa em disputa.
Por: Portal a tarde