Uma câmera de segurança registrou o momento em que um policial penal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e atirou contra o guarda civil e militante petista Marcelo de Arruda, que comemorava seu aniversário de 50 anos em festa temática a favor do PT.
O crime aconteceu na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR). Arruda, que também estava armado, reagiu e feriu Jorge José da Rocha Guaranho. O petista não resistiu aos ferimentos.
Segundo o boletim de ocorrência, a confusão começou quando Guaranho passou diante do local onde ocorria a festa e gritou “aqui é Bolsonaro”. Houve discussão, e Guaranho disse que retornaria.
De acordo com testemunhas, Marcelo então foi ao seu carro e pegou sua arma. Depois, Guaranho retornou e houve troca de tiros.
O “Parabéns” tinha sido cantado e a maioria dos convidados já havia ido embora quando o bolsonarista passou diante do salão de festas. Como Arruda tinha muitos conhecidos de direita, amigos chegaram a pensar que a gritaria era brincadeira de algum colega do aniversariante.
“Um de nós até foi na cozinha e falou: Marcelo, vai lá recepcionar que chegou mais um amigo seu bolsonarista”, conta o amigo e empresário de turismo André Alliana, 49. Só perceberam que não era piada quando o homem fez o retorno na rua sem saída e, com uma mulher e um bebê no banco de trás, repetiu ameaças.
“O cara tirou a arma para fora do carro e falou: ‘Olha aqui para vocês, vocês merecem morrer, seus desgraçados”, diz André.
Cerca de 20 minutos depois, o policial penal voltou com a arma em punho.
“Todo mundo procurou lugar para se refugiar. O Marcelo sacou a arma e falou ‘para, polícia’, mas ele [Jorge José] começou a atirar. Errou uns dois tiros e acertou um na perna. Depois, chegou em cima e deu um tiro no Marcelo, que se virou e descarregou no cara, a um metro e meio de distância”, detalha.
Arruda não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. Estava no PT havia mais de dez anos, já tendo concorrido a vereador e a vice-prefeito pelo partido nas últimas eleições municipais.
Guaranho, inicialmente dado como morto pela polícia, continua internado.
O crime ocorre em meio a episódios de violência e tensão que se acumulam na pré-campanha eleitoral no Brasil.